5 escritoras brasileiras contemporâneas que escrevem com a alma e você precisa conhecer

Uma caneta-tinteiro pousada sobre um caderno aberto, com um fundo verde profundo de folhas tropicais (Costela-de-Adão) desfocado. A imagem simboliza a força e as raízes da literatura nacional e das escritoras brasileiras.

Introdução

A importância de se conectar com histórias que tocam a alma

Caraca, quantas vezes já não paramos no meio da correria do dia a dia e só desejamos algo que nos toque de verdade? Não falo de entretenimento raso, mas daquelas histórias que ecoam dentro da gente, como um abraço quente em um dia frio. A literatura tem esse poder mágico de nos conectar com o que há de mais profundo em nós. É como se as palavras fossem fios que tecem pontes entre as nossas dores, alegrias e dúvidas, nos lembrando que não estamos sozinhos nessa jornada.

Ler vai além de simplesmente passar os olhos pelas páginas. É sentir cada palavra, viver cada personagem e se ver refletido em suas lutas e vitórias. E, cá entre nós, não há nada mais transformador do que se identificar com uma história que parece ter sido escrita só para você. É como se o autor sussurrasse: “Ei, eu te entendo”. E, de repente, você não está mais só.

Como a literatura pode ser um caminho para a cura e inspiração

Já parou para pensar como um livro pode ser um verdadeiro remédio para a alma? Em momentos difíceis, mergulhar em uma narrativa que fala de superação, resiliência e amor próprio pode ser a chave para desbloquear emoções que estavam guardadas lá no fundo. A literatura nos permite chorar, rir, refletir e, principalmente, curar. Ela nos ensina que não há problema em ser vulnerável, que fraquezas também são forças e que cada queda é uma oportunidade de recomeçar.

E aí vem aquele momento mágico: você fecha o livro e percebe que, de alguma forma, mudou. Talvez tenha encontrado coragem para enfrentar um desafio, perdoado algo que estava guardado há tempo ou simplesmente se sentido mais leve. É isso que a literatura faz: ela nos transforma, mesmo que de forma sutil, e nos inspira a sermos melhores, mais humanos, mais inteiros.

Lembra daquele mantra que diz “Viver é diferente de estar vivo”? Pois é, galera. E a literatura é uma das melhores formas de viver de verdade. Ela nos convida a parar, respirar e absorver cada ensinamento, cada lágrima, cada sorriso que as páginas nos oferecem. E, cá pra nós, não há presente maior do que isso.

Carolina Maria de Jesus: A vida e a obra de uma das primeiras vozes negras da literatura brasileira

Quando a realidade vira poesia

Carolina Maria de Jesus não escrevia ficção. Ela despejava a própria vida no papel, sem filtros, sem verniz. E é justamente essa crueza que faz de Quarto de Despejo um soco no estômago e um abraço no coração, tudo ao mesmo tempo. Você já parou pra pensar como é ler um diário que poderia ser o seu, ou o da sua vizinha, ou o de tantas outras mulheres que a sociedade insiste em ignorar?

Carolina era catadora de papel, mãe solo, negra e favelada. E, nossa, como ela sabia transformar o cotidiano mais duro em literatura que dói e cura. Ela não tinha formação acadêmica, mas tinha algo mais poderoso: a voz da experiência.

“Quando estou na cidade tenho a impressão que estou na sala de visita com seus lustres de cristais, seus tapetes de viludo, almofadas de sitim. E quando estou na favela tenho a impressão que sou um objeto fora de uso, digno de estar num quarto de despejo.”

O peso e a potência das palavras

Ler Carolina é se permitir sentir na pele:

  • A fome que arde no estômago e na alma
  • A dignidade que teima em não se render
  • O amor materno que vira força motriz
  • A escrita como única forma de existir além da sobrevivência

E o mais incrível? Seu diário, publicado em 1960, continua atualíssimo. Quantas Carolinas ainda vivem nos “quartos de despejo” das nossas cidades? Quantas vozes geniais estamos perdendo por puro preconceito?

Uma história que é nossa

O que mais me toca na obra de Carolina é como ela consegue falar do específico – sua vida na favela do Canindé – e atingir o universal. Quando ela descreve:

A luta por um pedaço de pão É a luta de toda mãe que já escolheu passar fome pra ver os filhos comerem
A vergonha da pobreza É o mesmo sentimento que corrói qualquer um que já se sentiu menos por não ter
A paixão pelos livros É o refúgio que tantas de nós encontramos nas páginas quando a realidade pesa

Carolina não queria ser símbolo de nada. Ela só queria contar sua história. E nessa simplicidade está sua grandeza. Porque sua escrita não pede licença – ela ocupa espaço, como toda mulher negra e periférica deveria ter o direito de fazer.

Conceição Evaristo

A potência da escrita negra e feminina em obras como “Ponciá Vicêncio”

Galera, quando falamos de Conceição Evaristo, falamos de uma voz que não apenas resiste, mas que também ressoa com uma força capaz de atravessar gerações. Sua escrita é como um abraço apertado daqueles que a gente sabe que veio pra ficar. Em “Ponciá Vicêncio”, por exemplo, ela nos apresenta uma narrativa que é muito mais do que uma história: é um testemunho da vida de tantas mulheres negras que carregam consigo o peso de séculos de luta e silenciamento.

Evaristo escreve com uma potência que nos convida a olhar para dentro, para nossas próprias feridas e cicatrizes. Seus personagens são reais, tangíveis, como se pudéssemos sentar ao lado deles e compartilhar um café e uma conversa sincera. É dessa forma que ela transforma a literatura em um espaço de cura e reflexão, um lugar onde a dor pode ser questionada, mas também transcender.

A luta por visibilidade e representação em suas narrativas

Sério, não tem como não se emocionar ao pensar na jornada que Conceição Evaristo percorreu para que sua voz fosse ouvida. Sua obra não é apenas uma ficção; é um ato político. Cada palavra escrita por ela é um lembrete de que a luta por visibilidade e representação não é apenas necessária, mas vital. Em suas narrativas, ela nos mostra o quanto é importante ocupar espaços, contar nossas próprias histórias e, acima de tudo, existir em um mundo que muitas vezes tenta nos apagar.

Olha, eu confesso que já fechei um livro dela e fiquei ali, sentada, refletindo sobre quantas mulheres ainda estão à margem, quantas histórias ainda precisam ser contadas. Evaristo não apenas escreve essas histórias, mas as honra. Ela nos dá a chance de enxergar o mundo através dos olhos de quem muitas vezes é invisibilizado, e isso, galera, é um presente que não tem preço.

Eliane Brum

O jornalismo literário que transforma histórias reais em reflexões profundas

Eliane Brum é muito mais do que uma jornalista; ela é uma contadora de histórias que usa a palavra para nos aproximar da essência humana. Seu trabalho não se limita a narrar fatos, mas sim a mergulhar fundo nas dobras invisíveis da vida, trazendo à tona o que muitas vezes passa despercebido. Sua escrita é uma invitação à reflexão, um convite para olharmos além do superficial e encontrarmos significado nas pequenas coisas.

Em seus textos, Eliane nos mostra que o jornalismo pode ser uma ferramenta de transformação. Não apenas porque relata a realidade, mas porque nos faz sentir essa realidade. Ela não escreve para informar, mas para tocar. E é essa habilidade de transformar histórias reais em algo profundamente humano que torna sua obra tão marcante.

Como “A Vida Que Ninguém Vê” nos conecta com a humanidade

Em A Vida Que Ninguém Vê, Eliane Brum nos apresenta histórias que poderiam facilmente passar despercebidas. Histórias de pessoas comuns, vivendo vidas que, para muitos, parecem insignificantes. Mas é justamente nessa aparente simplicidade que reside a grandeza de sua escrita.

Cada capítulo é um mergulho nas dores e alegrias daqueles que muitas vezes são invisíveis aos olhos da sociedade. Eliane nos lembra que todo mundo tem uma história, e que essas histórias são dignas de serem ouvidas. Ela nos conecta com nossa própria humanidade, nos fazendo refletir sobre nossa jornada e as escolhas que fazemos.

“A vida que ninguém vê é justamente aquela que precisa ser vista. Porque é nela que encontramos o que realmente somos.”

Ler esse livro é como ter uma conversa íntima consigo mesma. É um lembrete de que viver é diferente de estar vivo, e de que cada pequeno gesto, cada pequena história, tem um significado profundo. Eliane Brum nos ensina a enxergar o invisível, a valorizar o que parece insignificante e a encontrar beleza no cotidiano.

Natalia Borges Polesso: A sensibilidade nas narrativas LGBTQIA+ e a descoberta do amor em todas as formas

O amor como revolução: a delicadeza que nos desmonta

Gente. Se tem uma coisa que Natalia Borges Polesso faz com maestria é escrever sobre amor sem cair no clichê. Seus contos em “Amora” são como pequenos terremotos internos – aqueles que não destroem, mas reorganizam a gente por dentro. A autora consegue capturar a beleza e a complexidade das relações LGBTQIA+ com uma sensibilidade que dói de tão verdadeira.

E não é sobre grandiosidade, não. É no cotidiano, nos detalhes, que ela encontra a epifania:

  • Um toque de mãos que dura meio segundo a mais
  • O silêncio que diz mais que mil palavras
  • O medo e a coragem de se assumir, mesmo quando o mundo parece pequeno demais

“Amora” e seu impacto na literatura brasileira

Quando “Amora” ganhou o Jabuti em 2016, não foi só Natalia que levou o prêmio para casa. Foi toda uma comunidade que se viu representada de forma honesta, sem caricaturas. O livro chegou como um sopro de ar fresco em um cenário literário que ainda hesitava em dar espaço pleno às narrativas queer.

“O amor não deveria ter que pedir licença para existir” – e Natalia nos lembra disso em cada página.

O que mais me toca é como ela normaliza o extraordinário. Seus personagens não são “a lésbica”, “a bissexual” – são pessoas, antes de tudo. Pessoas que:

Amam Com toda a intensidade e confusão que o amor traz
Sofrem Porque amar é também se expor à dor
Existem Sem pedir desculpas por quem são

A escrita como ato político (e poético)

Natalia não está só contando histórias – ela está reescrevendo o mundo. Cada conto em “Amora” é um convite a enxergar além do óbvio, a questionar o que nos foi ensinado sobre amor e identidade. E faz isso com uma linguagem que é pura poesia:

  • Frases cortantes que ficam ecoando na mente
  • Metáforas que iluminam verdades escondidas
  • Diálogos tão reais que parecem saídos da nossa própria vida

É essa combinação de beleza literária e urgência política que faz de “Amora” um livro tão necessário. Natalia nos mostra que escrever sobre amor entre mulheres não é um nicho – é humanidade pura, daquelas que nos lembra porque vale a pena estar vivo.

Carola Saavedra

A busca pelo autoconhecimento e a complexidade das relações humanas

Carola Saavedra é daquelas escritoras que entram na sua vida sem pedir licença e, quando você percebe, já está completamente envolvida pelas palavras dela. Seja na prosa ou na poesia, Carola tem o dom de explorar as camadas mais profundas da alma humana. Suas obras são como espelhos, refletindo nossas próprias dores, dúvidas e triunfos. E é essa capacidade de mergulhar na complexidade das relações humanas que torna sua escrita tão poderosa e cativante.

Em seus livros, a busca pelo autoconhecimento é um tema constante. Carola nos convida a olhar para dentro, a enfrentar nossos monstros internos e a abraçar nossas imperfeições. É como se ela dissesse: “Ei, você não está sozinha nessa jornada”. E, de alguma forma, essa mensagem nos conforta e nos dá coragem para continuar.

Como “Toda Terça” nos faz refletir sobre amor, perda e reinvenção

“Toda Terça” é um daqueles livros que você termina e fica dias pensando sobre ele. A história de Clara, uma mulher que, após a morte do marido, se vê mergulhada em uma jornada de luto e reinvenção, é simplesmente arrebatadora. Carola consegue capturar a essência do amor e da perda de uma forma tão visceral que é impossível não se emocionar.

O que mais me tocou nesse livro foi a maneira como Carola aborda o processo de reinvenção. Clara não é uma heroína invencível; ela é uma mulher real, com medos, inseguranças e uma dor que parece insuportável. Mas, pouco a pouco, ela aprende a conviver com a ausência e a encontrar novos significados para sua vida. É um lembrete poderoso de que, mesmo nos momentos mais escuros, há sempre a possibilidade de renascer.

“A dor não desaparece, mas aprendemos a conviver com ela. E, nesse processo, descobrimos que somos mais fortes do que imaginávamos.”

Essas são as reflexões que Carola Saavedra nos oferece: profundas, humanas, e cheias de verdade. Se você está em busca de uma leitura que vá além do entretenimento, que toque sua alma e te faça refletir sobre a vida, “Toda Terça” é uma escolha certeira. E, juro, você não vai se arrepender.

Conclusão

A importância de conhecer e valorizar as vozes femininas na literatura brasileira

Galera, quanto aprendizado e inspiração essas escritoras nos oferecem, né? Conhecer e valorizar as vozes femininas na literatura brasileira não é só uma forma de celebrar a diversidade, mas também de reconhecer o poder transformador das histórias contadas por mulheres. São elas quem muitas vezes colocam em palavras as dores, as alegrias, as lutas e as vitórias que tantas de nós sentimos, mas nem sempre conseguimos expressar.

É como encontrar uma amiga que entende tudo o que você passa, sem precisar explicar. Quando lemos essas obras, somos convidadas a olhar para nós mesmas de um jeito mais honesto, a refletir sobre nossos caminhos e, principalmente, a nos sentir menos sozinhas. Afinal, a literatura tem esse dom de nos fazer perceber que, por mais única que nossa jornada pareça, há sempre alguém lá fora que já trilhou algo semelhante.

Convite para mergulhar nas obras dessas escritoras e se inspirar em suas jornadas

Então, aqui vai um convite sincero: mergulhe de cabeça nas obras dessas mulheres incríveis. Deixe-se levar pelas palavras que elas tão cuidadosamente escolheram para nos contar suas histórias. Cada livro é uma porta aberta para um mundo novo, seja ele cheio de poesia, de drama, de revolução ou de amor. E, no fim das contas, você vai descobrir que essas histórias têm muito mais a ver com a sua vida do que você imaginava.

Inspire-se nas jornadas delas. Veja como elas transformaram desafios em arte, dor em beleza, dúvidas em sabedoria. E, quem sabe, você também não se sente motivada a escrever a sua própria história? Porque, galera, viver é diferente de estar vivo. E essas escritoras sabem disso como ninguém. Elas nos mostram que, mesmo nos momentos mais difíceis, há sempre uma luz, uma palavra, uma história que pode nos guiar.

Então, bora lá? Escolha um livro, abra a primeira página e deixe-se levar. Eu garanto: você não vai se arrepender. ❤️

Foto de Daia Schmidt

Daia Schmidt

Escritora que transforma vivências em palavras que acolhem e despertam coragem.

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